A retomada da indústria é firme, segundo a CNI
A Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) infunde ânimo ao setor.
Realizada entre os dias 3 e 16 de janeiro de 2018 com 2.244 empresas, a pesquisa constatou que os índices de atividade, embora sazonalmente mais fracos em dezembro, foram melhores em 2017 do que em idênticos meses de 2015 e de 2016.
As condições financeiras são vistas como mais favoráveis. Destacam-se, em especial, as expectativas positivas das companhias para os próximos seis meses com relação à demanda, às exportações e à aquisição de matérias-primas, bem como às decisões de investimento.
A utilização da capacidade instalada foi de 64% em dezembro de 2017, superando a dos dois anos anteriores. O índice de evolução da produção foi de 42,4 pontos em dezembro – inferior à linha de corte de 50 pontos que separa os campos positivo e negativo, porém o maior para o mês dos últimos seis anos. Os estoques estão equilibrados e o índice de satisfação com a situação financeira está em crescimento há sete trimestres consecutivos, embora ainda no campo negativo (47,3 pontos). Também os lucros estão em recuperação.
Os maiores problemas enfrentados pela indústria no quarto trimestre de 2017 foram a alta carga tributária, a demanda interna insuficiente e a inadimplência dos clientes, mas nesses três itens houve melhora em relação ao trimestre anterior.
Entre os problemas que se agravaram entre o terceiro e o quatro trimestres de 2017 estão competição desleal (decorrente de informalidade, contrabando e dumping), falta de capital de giro, dificuldades na logística de transporte e burocracia excessiva.
Apesar das dificuldades, o futuro é visto com otimismo, inclusive no tocante à contratação de empregados, que registrava 46,4 pontos em janeiro de 2017 e atingiu 50,2 pontos em janeiro de 2018. As indústrias apostam no aumento das quantidades exportadas. E pretendem investir mais: o índice de intenção de investimento, que era de 45,3 pontos em janeiro de 2017, atingiu 53 pontos em janeiro de 2018.
Se a marca de 2017 foi a saída da recessão e a recuperação dos indicadores, 2018 deverá ser marcado por ampla retomada da atividade, baseada em inflação baixa, juros ativos em queda, mais emprego, renda e confiança. A redução das incertezas políticas ajudaria muito toda a economia, inclusive o setor industrial.
Jornal O Estado de São Paulo