Abiquim realiza Encontro Anual do Setor de Colas, Adesivos e Selantes

10/10/2019
Abiquim realiza Encontro Anual do Setor de Colas, Adesivos e Selantes

Dados do setor, cultura de inovação e perspectivas do impacto econômico e regulatório foram debatidos com os stakeholders da cadeia.

O segmento de colas, adesivos e selantes teve um faturamento de R$ 2,5 bilhões em 2018, um crescimento de 29,5% em comparação com o ano anterior.  O número foi apresentado no Encontro Anual do Setor, realizado pela Comissão Setorial de Colas, Adesivos e Selantes da Abiquim, em 30 de setembro.

A abertura do Encontro, que reuniu mais 110 profissionais, foi realizada pela diretora de Assuntos Técnicos da Abiquim, Andrea Carla Cunha. Ela destacou a criação do evento como resultado de mais um esforço da comissão da Abiquim que, desde 2000, “já desenvolveu mais de 20 normas técnicas, realizou parceria com o Senai Mario Amato para o desenvolvimento de um curso de capacitação de mão de obra, e tem feito um trabalho consistente na área de questões regulatórias e ações em busca de compartilhamento de conhecimento”.

Durante o Encontro foi apresentado o estudo “Estatísticas do Segmento de Colas, Adesivos e Selantes”, elaborado pela equipe de Economia e Estatística da Abiquim, com o perfil estatístico do segmento, incluindo o consumo aparente nacional (CAN) do setor de 2006 a 2018. O estudo foi apresentado pela assessora de assuntos econômicos da Abiquim, Paula Tanaka. 

Em 2018, 92% da produção nacional foi destinada ao mercado doméstico e 8% às vendas externas. Em relação aos segmentos que mais consomem as colas, adesivos e selantes, 20% da produção é destinada ao segmento de construção civil, 15% ao consumo/do it yourself, 14,8% ao setor moveleiro, 11,7% ao segmento de embalagens, 11,1% à indústria automobilística, 9,7% à indústria calçadista, 1,3% ao setor de tintas e vernizes, 0,1% ao segmento de eletrônicos e o volume restante é destinado a outros setores industriais.

A participação dos importados sobre o consumo aparente nacional (CAN), que mede o resultado da soma da produção mais importação excetuando-se as exportações, em toneladas, subiu de 10,4% em 2006 para 22,5% em 2018.

“A amostra de produtos acompanhada no relatório “Estatísticas do Segmento de Colas, Adesivos e Selantes” inclui colas/adesivos, base água, base solvente, hot-melt, outras e selantes/mástiques e estima-se que representa 75% do mercado nacional”, explicou Paula.  

Segundo o coordenador da Comissão Setorial de Colas, Adesivos e Selantes da Abiquim e diretor de Marketing e Estratégia para América Latina da Henkel, William Yuen, os dados de produção representam a evolução tecnológica dos produtos que são mais leves, eficientes e ao mesmo tempo com maior valor agregado. 

A programação do Encontro teve apresentações do head de Marketing da 3M, Luiz Eduardo Serafim; da consultora da Mourão Henrique Consultores Associados, Nícia Mourão; da economista chefe e head em Pesquisa e Inteligência Competitiva da REAG Investimentos, Simone Pasianotto; e do consultor da A.T. Kearney Consultoria Empresarial, José Armando Krukoski. 

Serafim discutiu as questões relacionadas à cultura de inovação dentro dos ambientes corporativos. Em sua visão “é preciso estar disposto a lidar com mudanças, pois essas mudanças é que trazem a inovação na estrutura dos negócios”. Ele enfatizou que a inovação só é possível com o investimento em pessoas. “Pessoas são importantes para as organizações, pois, são elas o verdadeiro motor propulsor para geração de resultados”.

A consultora Nícia Mourão relatou que com as constantes mudanças no cenário econômico, a não conformidade se tornou uma das principais preocupações do setor químico. “Regulamentação de produtos é fundamental para a continuidade dos negócios”, afirmou.

Simone Pasianotto falou sobre o cenário macroeconômico, destacando a participação da China como mentora da economia mundial. Segundo ela, as economias de todo o mundo têm crescido menos, porque a economia chinesa já não tem o mesmo crescimento de anos atrás. “Esse crescimento foi reduzido por conta da mudança estrutural chinesa, dada diminuição do formato manufatureiro exportador. Atualmente, a mão-de-obra barata tem tido seu foco voltado para o mercado consumidor interno”, explica.  A economista ressalta, no entanto, que “não estamos à beira de uma recessão, mas em meio a uma mudança estrutural que precisa de atenção, sobretudo com relação a polarização política que gera falta de confiança em todas as esferas da economia”.

Para Krukoski da A.T. Kearney, que falou sobre competitividade da indústria brasileira e cenários para investimentos, “os fatores mais importantes na escolha de investimentos são os nossos maiores pontos de fraqueza, como o nível de impostos e facilidade de pagamentos, capacitação tecnologia e de inovação, ambiente de segurança, transparência regulatória e ausência de corrupção, força dos direitos dos investidores e propriedade”.

“O Encontro teve como objetivo promover a integração da cadeia produtiva com os setores clientes e as perspectivas econômicas para analisarmos quais serão as necessidades futuras do mercado”, afirmou o coordenador da Comissão Setorial de Colas, Adesivos e Selantes da Abiquim, William Yuen, que mediou um debate com todos os palestrantes. 

Mais informações sobre a Comissão Setorial de Colas, Adesivos e Selantes pelo e-mail: carolina.poncedeleon@abiquim.org.br, com a assessora de Comissões Setoriais, Carolina Ponce de Léon.

Fonte: Abiquim

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