Mineração e setor automotivo alavancam indústria da borracha

30/05/2025
Mineração e setor automotivo alavancam indústria da borracha

A indústria de artefatos de borracha em Minas Gerais vem registrando desempenho acima do esperado neste início de ano, impulsionada pelos setores de mineração e automotivo. A expectativa é de que o segmento cresça 3% em 2025, conforme informou o presidente do Sindicato das Indústrias de Artefatos e Beneficiamento de Borracha e Elastômeros no Estado de Minas Gerais (Sinborminas), Élcio Fortunato.

Somente no primeiro trimestre, o setor registrou alta de 5,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. A projeção para os quatro primeiros meses do ano também é de crescimento na casa dos 5%. Segundo Fortunato, a demanda esteve em expansão nesse período, o que permitiu um crescimento ligeiramente acima do previsto, influenciado por sinais de melhora na economia.

O desempenho positivo da mineração está associado ao aumento das exportações de minério de ferro, favorecidas pela taxa de câmbio. De acordo com Fortunato, esse cenário tem levado as mineradoras a intensificarem as manutenções em suas usinas, o que amplia a demanda por insumos ligados ao setor, como os artefatos de borracha.

Já na indústria automotiva, os bons resultados foram impulsionados pelo desempenho da Stellantis em Minas Gerais. Fortunato explicou que as vendas de automóveis superaram as expectativas no primeiro quadrimestre do ano, o que impactou positivamente o setor de borracha.

Apesar do cenário favorável, a projeção é de que o ritmo de crescimento desacelere no segundo semestre. Ainda assim, o setor deve encerrar o ano com expansão de 3%.

Concorrência asiática e mão de obra preocupam setor

O avanço registrado não elimina os desafios enfrentados pela indústria. As incertezas em torno da reforma tributária e a manutenção da alta taxa de juros geram insegurança nos empresários, especialmente por se tratar de um setor dependente do consumo de bens duráveis financiados, como automóveis e eletrodomésticos. Para Fortunato, uma eventual elevação adicional dos juros pode provocar retração nesse mercado.

Outro fator de preocupação é o aumento das importações de produtos asiáticos. Fortunato avalia que a entrada desses itens tem ocorrido de forma agressiva, ampliando a concorrência e afetando a indústria nacional, principalmente no segmento de polímeros. Ele destacou que Minas Gerais é um importante polo consumidor e tem sido um dos focos de atuação dessas empresas estrangeiras.

A escassez de mão de obra qualificada também compromete a competitividade do setor. O presidente do Sinborminas afirmou que, apesar da existência de vagas, há dificuldade para preenchê-las devido à baixa qualificação dos candidatos. Para ele, a falta de investimentos na formação profissional impacta negativamente a capacidade da indústria brasileira de competir com países asiáticos.


Fonte: Diário do Comércio

Imagem: Canva

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