Saiba mais sobre Negro de Fumo com a Birla Carbon

O negro de fumo, um produto petroquímico presente no cotidiano, desempenha papel fundamental em diversas indústrias, conferindo resistência mecânica a pneus, sendo aplicado na produção de plásticos, tintas, artefatos de borracha e revestimentos de condutores elétricos, entre outras finalidades.

Com registros de uso que remontam a mais de 5 mil anos, quando chineses e egípcios utilizavam fuligem em tintas para murais, o negro de fumo evoluiu significativamente desde então. Atualmente, sua produção industrial utiliza óleos ricos em hidrocarbonetos, submetidos à decomposição térmica. De acordo com Ronaldo Silva Duarte, presidente da Birla Carbon para a América do Sul, o negro de fumo é diferente de uma fuligem, que resulta de uma combustão incompleta, pois o processo envolve o craqueamento térmico de óleos residuais aromáticos.

A transição para a produção industrial ocorreu com sua aplicação como carga reforçante em pneus e artefatos de borracha. O processo inicial, conhecido como lamp black, aquecia óleo em um ambiente de baixo oxigênio, produzindo uma fumaça que, após resfriada, gerava o negro de fumo. O executivo ressaltou que, durante o uso desse processo no Texas, a poluição gerada era tão intensa que aviões a utilizavam como referência visual. Esse método foi substituído pelo processo de fornalha, que é considerado mais ambientalmente adequado.

Descoberta acidental e impacto na durabilidade de pneus

Hoje, a aplicação do negro de fumo é indispensável na fabricação de pneus, ampliando sua durabilidade para além de 100 km, algo inimaginável antes de sua utilização. A descoberta de sua funcionalidade ocorreu por acaso, quando Henry Ford, ao buscar uma solução para pigmentar pneus de borracha natural, introduziu o material ao composto. Duarte explicou que, ao misturar o negro de fumo à borracha, a indústria descobriu que ele não servia apenas como pigmento, mas também como uma carga reforçante essencial à borracha.

Estrutura única e versatilidade

Composto majoritariamente por carbono, o negro de fumo possui uma estrutura diferenciada, descrita como paracristalina. O presidente da empresa explicou que, ao observar o negro de fumo no microscópio, é possível perceber que ele não possui uma forma completamente amorfa nem cristalina, mas sim uma estrutura híbrida, com camadas, parecidas com as de uma cebola. Essa característica permite a criação de diferentes tipos de negro de fumo, cada um destinado a aplicações específicas.

No caso dos pneus, por exemplo, o equilíbrio entre durabilidade e aderência é fundamental. Duarte comentou que os químicos enfrentam o desafio de garantir que o pneu tenha resistência, aderência, evite aquaplanagem, seja silencioso e contribua para a eficiência no consumo de combustível. Segundo ele, todo esse trabalho depende da formulação e do uso de diferentes tipos de negro de fumo.

Fonte: G1

Imagem: Birla Carbon